De 10 a 13 de Outubro de 2013 realiza-se, em Vila Nova de Foz Côa, o 3º Festival de CineCoa.
Destacado por ser um festival de cinema que surge numa pequena cidade do interior, o CineCôa dedica este ano ciclos a Luis Buñuel e à realizadora portuguesa Teresa Villaverde. O festival conta ainda com sessões dedicadas ao realizador canadiano Denis Cotê, desta vez estendidas a Lisboa e Porto.
O festival de cinema de Vila Nova de Foz Côa é um pequeno oasis cultural que se destaca dos grandes festivais das grandes cidades. Foi em 2011 que, quase sem querer, reparei numa pequena secção da já extinta revista Premiere onde se anunciava um festival de cinema realizado na cidade das gravuras rupestres. Foi com grande entusiasmo que acolhi a noticia, até porque Foz Côa é uma cidade não muito longe de onde eu vivo.
O CineCoa demonstrar-se-ia um pequeno festival cheio de grandes surpresas. Para começar, os convidados. Na primeira edição, os nomes que se destacaram foram os de Ludivigne Sagnier, uma actriz francesa e os convidados musicais, o grupo RED Trio, Tó Trip dos Dead Combo e o saudoso Bernardo Sassetti com Filipa Pais.
Foi uma experiência única. Ter o privilégio de ver no grande ecrã os primeiros filmes dos irmãos Lumière ao som de música original para o evento dos RED Trio, curtas de Charles Chaplin sonorizadas pela guitarra de Tó Trip e o momento alto do certame, ver a sala de cinema a encher para assistir à sessão de Maria do Mar, um filme português mudo, ao piano de Bernardo Sassetti e à voz de Filipa Pais. Ter a oportunidade de contemplar o belíssimo
O Que o Céu Permite de Douglas Sirk, carta branca de Ludivigne Sagnier. O festival contou ainda com sessões dedicadas a Manoel de Oliveira.
A segunda edição não desiludiu e trouxe a Foz Côa o realizador francês Benoît Jacquot que teve em ante-estreia nacional o seu filme
Adeus, Minha Rainha entre outras obras suas e o realizador argentino Lisandro Alonso. Para a sessão de filmes-concerto, a organização apresentou uma pequena pérola francesa, um filme de 1920 só descoberto nos anos 80, acompanhado ao piano desta vez por Mário Laginha. Esta edição contou também com uma homenagem ao então já falecido Bernardo Sassetti. O tema desse ano foi cinema e arquitectura e destacaram-se filmes como
O Eclipse de Micheangelo Antonioni,
O Desprezo de Jean-Luc Godard,
O Meu Tio de Jacques Tati e o hilariante
Nova Iorque Fora de Horas de Matin Scorsese!
Para este ano, o cartaz é talvez o mais apetecível, tendo na sua programação filmes como
O Feiticeiro de Oz,
Pinóquio,
O Rio Sagrado de Jean Renoir e o filme concerto
O Navegante de Buster Keaton. Para além deste títulos, há ainda os filmes de Buñuel, como
Um Cão Andaluz,
A Bela de Dia, Los Olvidados,
Terra Sem Pão, L'Age D'Or, entre outros e ainda o ciclo Teresa Villaverde.
Para saberem mais sobre a programação e locais de exibição, consultem o programa em www.cinecoa.com ou aqui
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Vale a pena experimentar se ainda não o fizeram, até porque os bilhetes são grátis!
O CineCôa é um festival que deve encher de orgulho a cidade de Foz Côa e a região do Douro e, como disse João Trabulo, organizador do festival, é "um acto de resistência"!